GALERIA DA GÁVEA INAUGURA EXPOSIÇÃO COM FOTOGRAFIAS AÉREAS DO RIO DE JANEIRO EM AGOSTO

 Em ‘O Rio Visto de Cima’, Ricardo Azoury e Luca Atalla lançam olhares inusitados a paisagens marcantes do Estado do Rio de Janeiro

Às vésperas dos Jogos Olímpicos de 2016, a Galeria da Gávea inaugura uma mostra inédita em homenagem ao Rio de Janeiro. Composta exclusivamente por imagens aéreas da cidade-sede e arredores, a partir de ângulos raramente observados, ‘O Rio Visto de Cima’, de Ricardo Azoury e Luca Atalla, fica em cartaz de 1º de agosto a 30 de setembro.

Para conceber as obras, todas em preto e branco, os fotógrafos realizaram dezenas de horas de voos de helicóptero e utilizaram equipamentos de última geração. São câmeras que, por suas altas capacidades de ISO (sensibilidade do filme – ou no caso da fotografia digital, do sensor – à luz), possibilitam o trabalho com velocidades do obturador mais rápidas.

“Começamos a fazer voos de helicóptero e percebemos uma linguagem de fotografia aérea diferente da convencional, mais documental, mais sofisticada para fotografias do gênero”, afirma Azoury. “Uma das coisas que norteia o projeto de fotografias aéreas do Rio é a busca em fazer sempre uma imagem que nunca tenha sido captada, com um ângulo diferenciado, sem reforçar o que já existe”, completa Atalla.

Além de tomadas jamais vistas de cartões postais consagrados da cidade, como o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar, a mostra apresenta também registros incomuns de paisagens marcantes da topografia fluminense, como o Piscinão de Ramos, Restinga de Marambaia, e o Dedo de Deus, em Teresópolis.

“Os voos são feitos em altitudes extremas, fora do costume, por vezes mais alto do que a de um avião, no espaço controlado”, comenta Azoury.

Com a proposta de exibir uma iconografia singular, a partir de um olhar que privilegiasse o inusitado, e não a estética padrão, Luca Atalla apostou em registros noturnos, em alta definição, o que só foi possível graças a uma câmera que alcança até 3 milhões de ISO (o máximo usado pelo fotógrafo foi 12.800).

“Hoje a tecnologia permite fazer imagens que anteriormente eram impossíveis. Mesmo com pouca luz e a trepidação do helicóptero, conseguimos captar detalhes com definição jamais vista antes”, conta Luca.

As obras que integram a exposição fazem parte de um projeto de livro da dupla, com previsão de lançamento para o final de setembro. Além de imagens das belezas naturais da cidade, a publicação apresentará fotografias aéreas mais urbanas, como registros do Sambódromo e da Praça Mauá, onde serão visíveis as transformações urbanísticas vividas pelo Rio com a realização das Olimpíadas de 2016.

O RIO EM DUAS VISÕES CONVERGENTES

Texto do escritor e fotógrafo Pedro Karp Vasquez

A união de Ricardo Azoury e Luca Atalla em torno do projeto O Rio visto de cima, nos proporciona idêntico prazer: o de admirar o trabalho conjunto de dois ótimos fotógrafos no auge do talento criativo e da expertise técnica entoando um cântico de amor visual em louvor da paisagem carioca e fluminense.

Assim como o célebre Nadar, Ricardo Azoury é um fotógrafo de extremos. O retratista francês entrou na história como pioneiro da fotografia aérea e da subterrânea também. Ao passo que Azoury é do tipo terra, mar e ar. Depois de uma bem-sucedida carreira de fotojornalista, ele se reinventou como fotógrafo submarino e paisagista ligado aos temas ecológicos e de registro da biodiversidade brasileira, bem como à documentação da cultura nacional. Produzindo diversos livros sobre esses assuntos e, mais recentemente, também produzindo documentários, tanto como roteirista quanto como fotógrafo ou diretor.

Luca Atalla pertence à geração que vivenciou a transição entre a fotografia de película e as novas tecnologias de natureza digital. Atalla, que considera Azoury seu mentor no campo da fotografia, compartilha com ele o gosto pelas artes marciais ⎯ que o levou a ser Campeão Mundial de Jiu-Jitsu em 1996 ⎯, a atração pelos espaços inconsúteis da natureza selvagem e, naturalmente, a paixão pelo nosso estreito território espremido entre a serra e o mar, que nos proporciona agora essa belíssima exposição.

O projeto de ambos é ambicioso: oferecer um olhar renovado sobre a região mais fotografada do Brasil. É impressionante como a dupla conseguiu renovar com tamanho impacto alguns dos cartões postais da paisagem carioca, como o Cristo Redentor, a Lagoa Rodrigo de Freitas e o Pão de Açúcar, por exemplo. Quando um logradouro ou um recanto de paisagem urbana adquire o status de “catão postal”, isso significa por um lado que se trata de um dos pontos mais conhecidos e celebrados de uma cidade, e, por outro, que, precisamente por isso, pouco se pode esperar ao fotografá-lo, a não ser a inútil celebração da mesmice padronizada que não se cansa de reiterar o óbvio e o evidente. Contudo, a presente exposição demonstra que não existem limites para o talento e a criatividade, quando conjugados com a indispensável mestria técnica. Qualidades que fizeram com que a dupla focalizasse a paisagem carioca e fluminense ora como se pertencesse a uma região ainda virgem ou a uma época remota, em que ela se apresentasse em seu aspecto primevo; ora com a evidente presença do ser humano, das edificações e do tecido urbano, porém em perfeita harmonia com a topografia verdadeiramente única do Rio de Janeiro.

Ricardo Azoury e Luca Atalla efetuaram um belíssimo e irretocável dueto em louvor do Rio, contribuindo para que nos reconciliemos com as maravilhas desta terra abençoada que a maldade e a inútil azáfama cotidiana não nos deixa entrever com a devida reverência. Uma demonstração daquilo que acontece quando, assim como recomendava o mestre Henri Cartier-Bresson, o fotógrafo consegue alinhar olho, mente e coração na busca de imagens únicas.

SOBRE A GALERIA DA GÁVEA

Fundada em 2009 sob direção de Ana Stewart, Bruno Veiga e Isabel Amado, a Galeria da Gávea apresenta um recorte atual da fotografia brasileira contemporânea e emergente. Em torno de cinco exposições – individuais e coletivas – são realizadas por ano, enfatizando pesquisas curatoriais de grande embasamento e rigor estético. Ao fomentar a produção de seus artistas, a galeria busca um aprofundamento da relação entre a fotografia e o circuito das artes visuais, sendo também uma plataforma de intercâmbio e difusão de ideias com desdobramentos que se estendem à participação em feiras, realização de palestras e lançamento de publicações. Além de doze artistas representados de forma permanente no Rio de Janeiro, a galeria também possui um acervo com trabalhos de outros artistas mantido em rigorosos padrões de conservação.

SERVIÇO

Exposição: Ricardo Azoury e Luca Atalla – “O Rio Visto de Cima”

Abertura: 01 de agosto de 2016

Encerramento:  30 de setembro

Horários de funcionamento: Segunda a sexta, de 11 às 19h (visitas devem ser agendadas pelo telefone 21 2274-5200)

Ingresso: entrada franca

Galeria da Gávea

Rua Marquês de São Vicente, 431 Lj A
+55 21 2274-5200
contato@galeriadagavea.com.br
galeriadagavea.com.br

 Informações à imprensa:

FACTORIA COMUNICAÇÃO

Vanessa Cardoso (vanessa@factoriacomunicacao.com)

Eduardo Marques (eduardo@factoriacomunicacao.com)

Tels: (21) 2259.0408 / 2249.1598