MUSEU NACIONAL [todas as vozes do fogo]

*ESPETÁCULO INÉDITO MARCA OS DEZ ANOS DA CIA BARCA DOS CORAÇÕES PARTIDOS*

Com texto e direção de Vinicius Calderoni
e direção musical de Alfredo Del-Penho e Beto Lemos, musical estreia no Rio de Janeiro em 30 de março

Fotos em alta resolução

Destruído por um incêndio de grandes proporções em setembro de 2018, ano de seu bicentenário, o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, perdeu grande parte do seu impressionante acervo de cerca de 20 milhões de itens. A tragédia – em todo o seu valor real e simbólico –, foi o ponto de partida para a criação do espetáculo inédito, com texto e músicas originais, Museu Nacional [todas as vozes do fogo], escrito e dirigido por Vinicius Calderoni e com direção musical de Alfredo Del-Penho e Beto Lemos. Depois de uma bem-sucedida temporada no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, em outubro passado, o musical estreia no Rio de Janeiro em 30 de março, no Teatro Riachuelo, com o patrocínio master do Instituto Cultural Vale e patrocínio da Eletrobras Furnas, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O espetáculo marca também os dez anos da Cia Barca dos Corações Partidos e os 30 anos da Sarau Cultura Brasileira, parceira do grupo em toda a sua trajetória, dirigida pela produtora artística Andréa Alves.
“Entendo esse espetáculo como a conclusão de uma trilogia não planejada com a Sarau. Escrevi Elza, a história de uma pessoa; depois escrevi e dirigi Sísifo, a recriação livre de um mito, e agora, em Museu Nacional [todos as vozes do fogo], falo sobre a história de um lugar, que representa a fundação de um país e abrigou uma série de eventos históricos: foi a casa do Império; onde Leopoldina assinou a declaração de independência do Brasil; onde foi assinada a primeira Constituição do país; onde se deu o início da República; e originalmente foi a casa de um mercador de escravizados. E ao mesmo tempo é esse lugar que passou a reunir um patrimônio gigantesco, que encerra todas essas contradições. Por isso o incêndio, de uma certa maneira, é o fim de uma ideia de Brasil. Tem essa carga simbólica”, analisa Vinicius Calderoni.
“Todas as Vozes do Fogo é um estudo de como um país cultiva, armazena e conserva sua memória – e todas as suas implicações simbólicas e concretas. É um mergulho imaginativo e lírico em múltiplas camadas de passado para pensar de maneira urgente nosso presente imediato e o futuro que estamos construindo”, resume Andréa Alves, diretora de produção e idealizadora do espetáculo.
Em meio aos escombros do museu, peças do acervo estão sendo resgatadas e recuperadas, em um longo e minucioso processo. Uma das mais emblemáticas é o esqueleto humano de mais de 11 mil anos descoberto em Lagoa Santa (MG), em 1975. O mais antigo remanescente humano encontrado no país – a mulher de traços afro-indígenas batizada de Luzia –, cujo crânio resistiu ao incêndio no Museu, ganha vida e assume o papel de narradora atemporal do espetáculo, criando pontes entre diferentes momentos da história, na pele da atriz Ana Carbatti. Luzia, ela própria uma ‘sobrevivente’ do incêndio, faz uma espécie de visita guiada pelo edifício interditado pelo fogo, pelos setores do museu e suas peças, no primeiro dos três atos do espetáculo. No segundo ato, os limites do prédio são extrapolados e o Museu Nacional se transforma em uma metáfora da memória do Brasil, começando pela origem escravocrata, as oligarquias brancas, os povos originários e os povos negros. O terceiro e último ato trata do momento atual, a devastação do museu e do próprio país, de forma mais sóbria e realista. “Cada ato tem vetores de linguagem bem distintos: o primeiro mais lírico, o segundo com um tom mais paródico, cáustico, e o terceiro mais realista, sóbrio, sem artifícios. Não há personagens fixos e o elenco se alterna em dezenas de personagens, sejam pessoas ou objetos. E a música ajuda a amalgamar esses três momentos, criando uma unidade para essas intensidades tão diferentes”, detalha Calderoni.

As cerca de 20 canções inéditas do espetáculo passeiam por diversos ritmos brasileiros e foram compostas por Alfredo Del-Penho e Beto Lemos – que assinam a direção musical – por Vinicius Calderoni e pelos atores, músicos e compositores Adrén Alves, Lucas dos Prazeres, Ricca Barros e Rosa Peixoto e são cantadas e tocadas por todo o elenco. Além de cinco integrantes da Barca – os atores e multi-instrumentistas Adrén Alves, Alfredo Del-Penho, Beto Lemos, Eduardo Rios e Ricca Barros – o musical conta com mais sete artistas convidados: Adassa Martins, Aline Gonçalves, Ana Carbatti, Felipe Frazão, Júlia Tizumba, Lucas dos Prazeres e Rosa Peixoto.

BIOS

Vinicius Calderoni, criação, texto, direção e música original

Nascido em São Paulo em 1985, tem desenvolvido sua carreira entre
o teatro, a música e o audiovisual. Em 2010, fundou junto com Rafael Gomes
a companhia Empório de Teatro Sortido. Escreveu e dirigiu a trilogia Placas Tectônicas composta por Não nem nada (2014), (indicada ao Prêmio Shell de melhor autor), Ãrrã (2015), (vencedora do Prêmio Shell de melhor autor) e Chorume (2017). Os três textos foram publicados em 2017 pela Editora Cobogó. Escreveu e atuou também em Os arqueólogos (2016), dirigida por Rafael Gomes (vencedora do prêmio APCA de melhor autor e também indicada ao Prêmio Shell na mesma categoria, também publicado pela Editora Cobogó). Ainda no teatro, escreveu Elza (2018) musical sobre a vida de Elza Soares que lhe rendeu os prêmios APCA e Reverência de Melhor Autor em 2018 e, em 2019, o prêmio de melhor roteiro original em musicais da 7ª edição do Prêmio Bibi Ferreira. Em 2019, escreveu ao lado de Gregório Duvivier o espetáculo Sísifo, também dirigido por Vinicius, indicado aos Prêmios APCA e APTR de Melhor Autor e sucesso de público no Brasil e em Portugal, publicado no Brasil pela Editora Cobogó e em Portugal pela Editora Tinta da China. Por fim, escreveu, ao lado de Rafael Gomes o musical infantil Mas por quê?!!- A história de Elvis, baseado no livro homônimo de Peter Schossow, vencedor do Prêmio APCA 2015 de Melhor Musical Infantil e publicado em 2022 pela Companhia das Letrinhas. Como roteirista
de audiovisual, escreveu os longas 45 do segundo tempo (2022, direção de Luiz Villaça) e Meu álbum de amores (2022, direção de Rafael Gomes), além das séries De perto ninguém é normal (2016, GNT) e 5xComédia (2021, Amazon Prime, direção geral: Monique Gardenberg). Também escreveu e dirigiu o podcast Que dia é hoje (2020), retrato ficcional da experiência da pandemia, sendo um dos podcasts mais ouvidos daquele ano, contando com nomes de expressão no elenco como Antônio Fagundes, Denise Fraga, Caco Ciocler, Camila Pitanga, Gabriel Leone e muitos outros.

Como cantor, compositor e músico lançou dois discos solo Tranchã (2007) e Para abrir os paladares (2013) e mais quatro álbuns ao lado de seu coletivo 5 a seco: Ao vivo no Auditório Ibirapuera (2012, indicado ao Prêmio da Música Brasileira de Melhor Grupo de MPB), Policromo (2014), Síntese (2018) e Pausa (2019). Como ator, esteve no elenco da novela Deus salve o rei (TV Globo), e participou dos longas Mãe só há uma (2016), Um namorado para minha mulher (2016), além da série Louco por elas (TV Globo), com direção geral de João Falcão.

Cia Barca dos Corações Partidos, criação e interpretação

A Barca dos Corações Partidos – nasceu em 2012, no espetáculo Gonzagão – A lenda. Ao longo desses anos, levou mais de 700 mil espectadores a teatros de todo o Brasil, praças públicas e ao palco digital. Ao lado da produtora artística e idealizadora Andréa Alves, apresenta aqui seu sétimo espetáculo, selando cada vez mais uma digital de originalidade na dramaturgia do texto e nas músicas. Em 2014, o espetáculo Gonzagão – A lenda foi o convidado especial da abertura do Festival Ibero-americano de Teatro de Bogotá́ (Colômbia). Composta por seis atores-bailarinos e multi-instrumentistas, a formação híbrida de seus integrantes dá o tom do grupo. Seus espetáculos são prestigiados por críticos como Mauro Ferreira e Zuza Homem de Mello e já contaram com a participação de criadores como João Falcão, Duda Maia, Luiz Carlos Vasconcellos, Bia Lessa, Chico César e Bráulio Tavares.

Alfredo Del-Penho, música original e direção musical

É um dos mais incensados cantores de samba da nova geração. Se apaixonou pelo gênero nas rodas e tocatas de Niterói onde viveu por mais de 20 anos e se tornou pesquisador, músico e compositor.
Um dos nomes da tão decantada geração da Lapa, foi o primeiro a receber o Prêmio da Música Brasileira, o mais importante do Brasil, como melhor cantor de samba. Tem em sua discografia mais de dez discos como cantor, integrante de grupos ou produtor musical, a maioria com indicações a prêmios e críticas elogiosas. Alfredo também é ator e há dez anos faz parte da Cia Barca Dos Corações Partidos, na qual também é diretor musical. Em 2016, participou de Auê, escolhido como melhor espetáculo do ano pelos prêmios Cesgranrio, Bibi Ferreira, APTR, Reverência e Botequim Cultural. Ganhou, ao lado de Beto Lemos, os Prêmios Cesgranrio e APTR de Melhor Música, pela direção musical do espetáculo. É diretor musical, ator e músico na peça Suassuna – O Auto do Reino do Sol, que homenageia o universo de Ariano Suassuna, que recebeu mais de 40 prêmios. Alfredo foi indicado para o Grammy Latino 2022 na categoria Melhor Álbum de Samba/Pagode por Desengaiola, lançado ao lado de João Cavalcanti, Moyseis Marques e Pedro Miranda.

Beto Lemos, música original e direção musical

Compositor, arranjador e multi-instrumentista, teve sua iniciação como rabequeiro, com grupos de tradição popular da região do Cariri cearense, como reisado e guerreiro, além de ter feito parte da Cia. Carroça de Mamulengos, grupo no qual foi instrumentista e também diretor musical dos trabalhos Felinda e Pano de Roda e com o qual participou de vários projetos como FIT, FILO, Palco Giratório (SESC, 2007) e o Ano do Brasil na França (2005). Desde 2008 reside no Rio de Janeiro, onde, entre vários trabalhos, integrou a Itiberê Orquestra Família e fez parte da banda da cantora Clarice Falcão. É premiado pela APTR na categoria Especial de Teatro pela direção musical do espetáculo Kabul, do Grupo AMOK, para o qual ainda dirigiu musicalmente o espetáculo Agreste. Foi indicado pela trilha musical original de Gritos (2016), da Cia Dos à Deux. Foi assistente de direção musical e arranjador de Gonzagão – A Lenda, espetáculo
que iniciou a carreira da Cia Barca dos Corações Partidos, da qual faz parte. Foi diretor musical de Ópera do Malandro e Auê, pelo qual recebeu, ao lado de Alfredo Del-Penho, os Prêmios Cesgranrio, APTR, Bibi Ferreira. Ganhou ainda o Reverência de Melhor Música por Suassuna – O Auto do Reino do Sol.

Andréa Alves, direção de produção e idealização

A carioca Andréa Alves fundou a Sarau quando concluía seus estudos em jornalismo, nas Faculdades Integradas Hélio Alonso, e produção cultural, na Universidade Cândido Mendes. É autora de dois livros sobre ícones da música brasileira: Tempos de Outrora – Vida e Obra de Babaú da Mangueira e O Samba é meu Dom (entrevistas com D. Ivone Lara, Luiz Carlos da Vila, Monarco, Nelson Sargento, Walter Alfaiate, Wilson Moreira, e Xangô da Mangueira). O prazer pela música encostou no apreço pela escrita e pela história da cultura nacional. Junto a um lado bastante pragmático de organização e gestão, construiu uma trajetória sólida, alcançando reconhecimento no Brasil, com a idealização e realização dos espetáculos de maior sucesso de público e mais premiados nos últimos anos, tais como Gota D´água [a Seco], da obra de Chico Buarque e Paulo Pontes, com direção de Rafael Gomes; Elza, de Vinícius Calderoni, com direção de Duda Maia, e todos os espetáculos da cia Barca dos Corações Partidos, Gonzagão – A Lenda, Ópera do Malandro, Auê, Suassuna – O Auto do Reino do Sol e o mais recente Jacksons do Pandeiro. Foi fundadora da Escola Portátil de Música, tendo sido diretora de produção e de planejamento. Atua como produtora fonográfica e mantém o Selo Sarau. A Sarau realizou mais de 160 projetos, dentre eles 53 de teatro, 46 de música, 21 Cds, além de projetos de acervo, festivais, publicações de livros e exposições e já recebeu mais de 100 prêmios.

SERVIÇO
MUSEU NACIONAL [TODAS AS VOZES DO FOGO]
Temporada | 30 de março a 30 de abril de 2023
Dias e horários* | quinta a sábado, às 20h / domingo, às 18h
*Nos dias 22 e 29 de abril haverá sessão extra às 16h, além das regulares, às 20h
Local | Teatro Riachuelo
Endereço | Rua do Passeio, 38/40 – Centro
Tel | (21) 3554-2934
Capacidade | 999 lugares
Ingressos | R$120 / R$60 (plateia vip)
R$100 / R$50 (plateia)
R$80 / R$40 (balcão nobre)
R$50 / R$25 (balcão simples)
Duração | 120min
Classificação indicativa | 12 anos
Vendas | sympla.com.br e bilheteria: ter a sáb – 12h às 20h / dom e feriados – 12h às 19h
Estacionamento no local
Acessibilidade
Haverá audiodescrição e libras em todas as sessões

FICHA TÉCNICA
Texto e direção: Vinicius Calderoni
Com a Cia Barca dos Corações Partidos – Adrén Alves, Alfredo Del-Penho, Beto Lemos, Eduardo Rios e Ricca Barros
E os artistas convidados: Adassa Martins, Aline Gonçalves, Ana Carbatti, Felipe Frazão, Júlia Tizumba, Lucas dos Prazeres e Rosa Peixoto
Direção musical: Alfredo Del-Penho e Beto Lemos
Música original: Adrén Alves, Alfredo Del-Penho, Beto Lemos, Lucas dos Prazeres, Ricca Barros, Rosa Peixoto e Vinicius Calderoni
Direção de produção e idealização: Andréa Alves
Texto Museu do Futuro: Ana Carbatti e Luiza Loroza
Colaboração texto Museu do Futuro: Aline Gonçalves, Felipe Frazão e Lucas dos Prazeres
Direção de movimento e coreografia: Fabricio Licursi
Cenografia: André Cortez
Figurino: Kika Lopes e Rocio Moure
Iluminação: Wagner Antônio
Diretora assistente: Leticia Medella
Desenho de som: André Breda e Gabriel D’Angelo
Caracterização: Cora Marinho
Fotos de cena: Annelize Tozzeto
Coordenação de produção: Rafael Lydio
Produção executiva: Matheus Castro
Patrocínio master: Instituto Cultural Vale
Patrocínio: Eletrobras Furnas

Informações para a imprensa:
Factoria Comunicação
Vanessa Cardoso (vanessa@factoriacomunicacao.com) 21 98235-8685
Leila Grimming (leila@factoriacomunicacao.com) 21 98112-3390