Primeira edição do FIBRA acontece em fevereiro no Rio de Janeiro
e em São Paulo, com homenagem para Dominguinhos
Festival totalmente dedicado à música instrumental brasileira terá programação ampla, com shows, oficinas, workshops, intervenções, jam de forró, mostra de filmes e mesas de debate
Abertura com Egberto Gismonti e o grupo Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz terá transmissão ao vivo pelo YouTube e canal Arte 1 diretamente do
Theatro Municipal do Rio de Janeiro
FIBRA – Festival Instrumental Brasil: 4, 5 e 6 de fevereiro
A música instrumental brasileira ganhará um evento à altura de sua rica diversidade. Nos dias 4, 5 e 6 de fevereiro, a primeira edição do FIBRA (Festival Instrumental Brasil) vai tomar conta de uma série de espaços no Rio de Janeiro e em São Paulo, com shows, oficinas, workshops, intervenções, roda de forró, mostra de filmes e mesas de debate. A curadoria do FIBRA é de Andréa Alves, Alfredo Del-Penho e Marcelo Caldi.
Idealizado e produzido pela Sarau Agência, de Andréa Alves, o Festival será aberto no dia 4 de fevereiro no Theatro Municipal do Rio de Janeiro com um concerto inédito de Egberto Gismonti, que vai celebrar a música brasileira e apresentar as obras que estarão em seu próximo disco. Em seguida, subirá ao palco o grupo Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz no primeiro show após a morte de seu maestro e fundador. A noite será transmitida ao vivo pelo canal Arte 1 na TV e pelo YouTube da Sarau Agência e do canal Arte 1.
Homenageado nesta primeira edição do FIBRA, Dominguinhos terá suas composições lembradas em uma celebração com a Orquestra Sanfônica do Rio de Janeiro, com uma “sanfonada” na escadaria do Municipal, entre outras ações.
‘O FIBRA vem para enaltecer nosso patrimônio, para ser um canal de diversidade, inclusão e difusão da memória da música instrumental brasileira, através de figuras como Dominguinhos e Letieres, lembradas na abertura. E também vamos olhar para frente, com a apresentação dos novos nomes, como a Bella Raiane – que preparou um show exclusivo para o FIBRA com o repertório de Dominguinhos – e o Trio Júlio, e a preocupação constante de renovar a plateia deste segmento’, conta Andréa Alves, responsável pela idealização de espetáculos como os musicais ‘Elza’, ‘Gota D’Água a seco’, ‘Suassuna – O Auto do Reino do Sol’ e ‘Jacksons do Pandeiro’.
O FIBRA vai ocupar espaços como Teatro Prudential, Theatro Municipal, Sesc Pinheiros (SP), Canto da Ema (SP), Estação NET (Botafogo) e Rio Scenarium.
O Festival será neutro em carbono (selo verde) e vai ser responsável pelo plantio de 65 árvores, em uma área de preservação permanente na Fazenda Santa Cecília. Cada uma das árvores será batizada com o nome de uma personalidade da música brasileira.
A programação musical:
4 de fevereiro
Sanfonada (gratuito), 18h – Uma grande homenagem ao instrumentista e compositor Dominguinhos dá o pontapé inicial para o FIBRA, através de um cortejo coordenado por Marcelo Caldi com a Orquestra Sanfônica do Rio de Janeiro. Eles vão tocar na icônica escadaria do Theatro Municipal. Simbolicamente, estarão ali o vigor, a tradição, a sofisticação de um músico que, como nossa música instrumental, ocupou todos os espaços a partir de sua fibra.
Show de abertura – Egberto Gismonti / Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz
Theatro Municipal, 19h30
A noite vai trazer uma apresentação dupla, com Egberto Gismonti e o grupo Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz. Ele é reconhecidamente um dos maiores representantes da música instrumental brasileira, com sólida carreira internacional e mais de 50 álbuns gravados, enquanto a Orkestra tem como primeira marca a relação com a música brasileira em sua potencialidade rítmica e orquestral. Criada na Bahia pelo já saudoso Letieres Leite (1959-2021), a Rumpilezz virá ao Rio para reverenciar seu fundador. Já Gismonti escolheu um repertório somente de música brasileira e vai antecipar algumas obras que estarão em seu novo disco.
Jam de Forró
Rio Scenarium (Anexo), 23h
5 de fevereiro
Bella Raiane Quarteto
Teatro Prudential, 18h
Bella Raiane é de Cajazeiras, sertão paraibano, é multinstrumentista reconhecida por sua ligação com a nossa música tradicional. Filha de zabumbeiro e pandeirista, Bella começou a tocar os primeiros instrumentos ainda criança. Aos 22 anos, já se apresentou com Elba Ramalho, Lucy Alves, Genival Lacerda e Flávia Wenceslau, além de participar do The Voice (TV Globo). Atualmente é licenciada em música com habilitação em acordeom pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Bella criou um show especialmente para o FIBRA a partir do repertório de Dominguinhos.
Bebê Kramer Quarteto
Teatro Prudential, 20h30
Alessandro BB Kramer é outro dos mais significativos nomes do novo acordeon brasileiro. BB é de Vacaria, Rio Grande do Sul, região que tem sotaque claro na fala e na música de acordeon. Como compositor, BB apresenta uma estética musical inovadora, na qual traz a expressão gaúcha com a junção de outros sotaques, sempre tendo como característica principal sua forte energia ao tocar.
Jam de Forró
Rio Scenarium (Anexo), 23h
6 de fevereiro
Trio Júlio
Teatro Prudential, 18h
O trio Júlio, formado pelos irmãos Magno, Marlon e Maycon, é uma das revelações da cena instrumental contemporânea. Herdeiros do tradicional choro brasileiro, seus compositores e instrumentistas, o trio reestabelece a linguagem tradicional e apresenta com olhar abrangente um repertório de sambas, choros e maxixes.
QuartaBê
Teatro Prudential, 20h30
QuartaBê tem seu nome remetendo a uma turma de escola “que aprende, com muita avidez e uma pitada de desobediência”. Formado por Mariá Portugal, Maria Beraldo, Joana Queiroz e Chicão, o grupo traz novos elementos para as composições de mestres como Moacir Santos e Dorival Caymmi.
Jam de Forró
Rio Scenarium (Anexo), 22h
São Paulo – Orkestra Rumpilezz no Sesc Pinheiros, 21h
São Paulo – Programação de encerramento – Mesthrinho canta Dominguinhos – Canto da Ema, 19h (show às 21h15).
Mostra de Filmes (Estação NET Botafogo):
5 de fevereiro: ‘UPB – Tempestade Emocional’ (16h), ‘Dominguinhos’ (16h30) e ‘Pixinguinha, Um Homem Carinhoso’ (19h).
6 de fevereiro: ‘UPB – Tempestade Emocional’ (15h), ‘O Milagre de Santa Luzia’ (15h30) e ‘Milton’ (17h30).
‘UPB – Tempestade Emocional’ (Brasil, 2020) – Documentário em curta-metragem sobre a Orkestra Rumpilezz e a trajetória do maestro Letieres Leite, que, ao identificar que todas as músicas populares das Américas partem das claves rítmicas de matriz africana, decidiu elevar o estudo desses ritmos ao patamar de respeito e notoriedade da música erudita. No filme, ele coloca em prática essa pedagogia que criou e batizou como Universo Percussivo Baiano através da oficina Rumpilezzinho de formação para adolescentes e jovens músicos.
‘Dominguinhos’ (Brasil, 2014) – Documentário dirigido por Joaquim Castro, Eduardo Nazarian e Mariana Aydar. Através de raras e preciosas imagens de arquivo e de encontros musicais marcantes com artistas como Gilberto Gil, Gal Costa, Hermeto Pascoal, Djavan, Nara Leão e Luiz Gonzaga, “Dominguinhos” revela esse gênio da música brasileira, criador de uma obra profundamente autêntica, universal e contemporânea. O filme valoriza a experiência sensorial e cinematográfica, numa viagem conduzida pelo próprio Dominguinhos.
‘Pixinguinha, Um Homem Carinhoso’ (Brasil, 2021) – Longa-metragem de ficção sobre vida e obra de Alfredo da Rocha Vianna Filho (1897-1973), o Pixinguinha, dirigido por Denise Saraceni e protagonizado por Seu Jorge e Taís Araújo. A vida do famoso músico é contada desde as primeiras performances na flauta, passando pela composição de suas obras inesquecíveis, entre as quais “Carinhoso”.
‘O Milagre de Santa Luzia’ (Brasil, 2008) – Documentário dirigido e roteirizado por Sérgio Roizenblit. Dominguinhos faz uma viagem pelo Brasil em uma caminhonete e traça a rota dos locais em que a cultura da sanfona se estabeleceu e onde surgiram seus principais intérpretes. Registros de grandes artistas como Patativa do Assaré e Sivuca.
Mesas de debate (online)
4 de fevereiro:
Mesa Rosinha de Valença: A música instrumental & produção
Com Marcos Portinari e Celsinho Silva, do grupo Época de Ouro
Mesa Pixinguinha: Diálogo do passado com o presente/ Preconceito e Inclusão
Com Michelly Mury e Maria Teresa Madeira
5 de fevereiro:
Mesa Chiquinha Gonzaga: Direitos autorais na música instrumental & Novos formatos e tecnologias
Com Nelson Faria e Verônica Pessoa
Mesa Letieres Leite: Educação Musical nas Escolas
Com Anne Rodrigues, do Instituto Rumpilezz, e Luizinho Calixto
6 de fevereiro
Mesa Hermínio Bello de Carvalho: Memória & Acervo
Com Bia Paes Leme e Anastácia
Mesa Radamés Gnatalli: Formação em escolas de música
Com Renato Borguetti e Antonio Adolfo
Oficinas de música (online) com Bebê Kramer (4 de fevereiro, 15h), Beto Lemos (5 de fevereiro, 15h) e Marfa Kourakina (6 de fevereiro, 15h).
Oficinas de Produção (online) com Andréa Alves (5 de fevereiro, 11h) e Michelly Mury (06 de fevereiro, 14h)
