Documentário de Maria Ribeiro, ‘Outubro’ retrata a última semana antes da
eleição presidencial de 2018 pela ótica pessoal da atriz, escritora e cineasta

 “Outubro” – disponível a partir de 1 de abril pelo Canal Brasil nas plataformas Now, Vivo Play e Oi Play

 

‘Às vezes comparo esses dias, de uma batalha que considero perdida, ao fim de um casamento. A gente sabe que acabou muito antes de acabar, mas segue torcendo por uma virada’ 

 

Outubro’ nasce da urgência de Maria Ribeiro em registrar a semana que antecedeu o segundo turno da eleição presidencial de 2018. Ao seu redor, ela presenciava cenas concretas da ascensão da extrema direita, amigos em desespero e outros que tentavam virar voto, dispostos a lutar até o fim por uma batalha que já estava praticamente perdida. Com entrevistas e imagens de atos públicos de campanha e manifestações, o terceiro documentário de Maria – que assina o roteiro e divide a direção com Loiro Cunha – retrata a angústia de um país em colapso. Após aquele outubro, nada mais seria como antes.  

Durante todo o filme, Maria aparece como personagem e estabelece uma comparação entre o momento político e o fim de um casamento. Logo no início, ela recupera seu vestido de noiva e adentra uma manifestação a favor de Bolsonaro na Avenida Paulista com o traje. Enquanto a câmera flagra as reações ao seu gesto, ela explica a tentativa de ressignificar a indumentária. ‘É uma roupa feita para um único dia, para o momento de dizer sim. E eu queria usá-la para dizer não’, relembra a diretora, citando o movimento #EleNão, campanha feita por mulheres para impedir o crescimento da candidatura bolsonarista.  

Uma das mentoras do #EleNão, a escritora Antônia Pellegrino surge como entrevistada ao lado do marido, o deputado federal Marcelo Freixo. Outras importantes vozes femininas aparecem com destaque em ‘Outubro’, como Manuela D’ávila, candidata a vice-presidente na chapa de Fernando Haddad, a psicanalista Maria Rita Kehl e as atrizes Martha Nowill e Leandra Leal. Maria não marcou nenhuma entrevista com antecedência, quis filmar no calor do momento, de acordo com as oportunidades que surgiriam naqueles sete dias.  

Enquanto reflete sobre as condições que fizeram o país chegar naquele estado de convulsão, Maria conversa com um angustiado Marcelo Rubens Paiva, cujo pai foi morto pela Ditadura Militar, defendida por Bolsonaro, com o cientista político Marcos Nobre e, já após o resultado das urnas, com Gilberto Gil. Entre depoimentos e imagens que marcam a tentativa de representantes da classe artística para reverter a batalha por votos, ‘Outubro’ é o flash de um momento histórico incontornável para a democracia brasileira.  

Sinopse: Faltando uma semana para a eleição presidencial de 2018, a atriz e escritora Maria Ribeiro decide registrar e investigar os últimos dias de um país dividido. Em conversas com amigos próximos e entrevistas que incluem a candidata a vice-presidente Manuela D’ávila e a psicanalista Maria Rita Kehl, o documentário “Outubro” faz um paralelo entre a crise do país e o fim de um casamento.  

 

FICHA TÉCNICA 

 

Direção:  Maria Ribeiro e Loiro Cunha  
Produção:  Bianca Villar, Fernando Fraiha, Karen Castanho e Maria Ribeiro.  
Produtora Associada:  Vanessa Cardoso  
Produtora Executiva:  Renata Paschoal  
Som direto: Ricardo  
Roteiro e Narracão:  Maria Ribeiro  
Fotografia:  Loiro Cunha  
Montagem:  Laís Lifschitz  
Som direto: Ricardo Pinta e Bruno Bergot  
Edição de Som:  Miriam Biderman  
Uma produção Biônica Filmes e Caiçara Filmes  

Bios Diretores  

MARIA RIBEIRO  

Maria Ribeiro é atriz, escritora e diretora de cinema. Participou das peças “Confissões de adolescente”, “O inimigo do povo”, “Feliz ano velho” e “Separações”. Atualmente está em temporada virtual com o monólogo “Pós-F”. Como diretora, assina os documentários “Domingos”, sobre Domingos Oliveira, “Esse é só o começo do fim da nossa vida”, sobre a banda Los Hermanos, e “Outubro“, gravado durante as eleições de 2018. No cinema ainda contabiliza sucessos como atriz, incluindo “Como nossos pais” (2017), de Lais Bodansky, pelo qual conquistou o prêmio de melhor atriz no Festival de Gramado, além de filmes como “Entre nós”, “Histórias de amor duram apenas 90 minutos”, “Tropa de Elite”, entre outros.  

Na televisão, integrou o programa “Saia Justa” (GNT) por quatro anos e teve várias participações em novelas como “Império” e na série “Todas as Mulheres do Mundo” (Globoplay). Em 2021, vai gravar a segunda temporada de “Desalma” (Globoplay).  

Apresentou um programa de variedades na plataforma Hysteria (“Tudo”), foi colunista do jornal O Globo e atualmente escreve na revista Veja Rio. Maria lançou três livros: “Trinta e Oito e Meio”, “Tudo que eu sempre quis dizer, mas só consegui escrevendo” e “Crônicas para ler em qualquer lugar”. Nos últimos anos, esteve em turnê com o projeto Você é o que lê, com Xico Sá e Gregório Duvivier.   

LOIRO CUNHA  

Loiro Cunha é diretor e fotógrafo. Trabalhou em estúdios de nomeados fotógrafos como Robert Yeoman, ganhador do Oscar em 2015.  Migrou para o cinema em 2010. Dirigindo clipes, fez co-direção de fotografia do filme Cine Marrocos do diretor Ricardo Calil (vencedor do festival É tudo Verdade 2019). Fotografa e dirige documentários para o Instituto “A gente transforma”, de Marcelo Rosembaun, e colabora para diretores como Beto Brant, Lirio Ferreira e atores como Daniel de Oliveira e Julio Andrade. Exposições: SP-Arte, MIS, SP foto.