ADERBAL FREIRE-FILHO DIRIGE ‘CÉUS’, NOVO TEXTO DE WAJDI MOUAWAD,
AUTOR DO FENÔMENO ‘INCÊNDIOS’

Espetáculo foi idealizado por Felipe de Carolis, que está no elenco ao lado de
Charles Fricks, Isaac Bernat, Rodrigo Pandolfo e Silvia Buarque

A estreia de ‘Céus’ marca o segundo encontro do diretor Aderbal Freire-Filho e do ator e produtor Felipe de Carolis com o teatro de Wajdi Mouawad. Após o fenômeno ‘Incêndios’ – que rodou o país por três anos com absoluto êxito de público e crítica – eles se reuniram novamente para explorar a dramaturgia do autor, um dos mais destacados nomes da cena contemporânea internacional. Em cartaz a partir de 15 de setembro no Teatro Poeira, o espetáculo conta com Charles Fricks, Isaac Bernat, Rodrigo Pandolfo, Silvia Buarque e o próprio Felipe de Carolis no elenco.

Isolados em uma espécie de bunker, as personagens precisam desvendar um iminente atentado terrorista. Especialistas no assunto, eles também são confrontados com o misterioso desaparecimento de um membro da equipe. Atravessado por temas de extrema atualidade, o texto de Mouawad caminha para uma profunda discussão sobre o Terror e o mundo contemporâneo.

‘A questão atual do terrorismo não é mais vista como um conflito entre Oriente e Ocidente. Na verdade, a peça caminha para uma discussão mais profunda, que vai muito além das divisões territoriais, muito além de questões religiosas’, analisa Aderbal, que aponta as muitas diferenças entre ‘Céus’, escrita em 2009, e ‘Incêndios’ (2003), que fazem parte de uma mesma tetralogia denominada ‘Sangue das Promessas’.

Para o diretor, ‘Céus’ traz uma discussão sobre as revoltas e a insatisfação da juventude em um mundo que a castigou sempre. Após receberem uma civilização construída por interesses que não são seus, a juventude ainda vê guerras – motivadas por estes interesses – os destruírem, tanto no exército que os recruta como, indiretamente, nas rupturas de gerações.

‘É uma peça nova, no sentido de ter uma dramaturgia contemporânea, aberta, que dialoga com a poética ilimitada da cena. Estamos diante de um texto que reconhece o poder da cena ilimitada’, reflete Aderbal.

Além do conteúdo, as duas peças apresentam diferenças acentuadas também na forma. Enquanto ‘Incêndios’ trazia a saga de uma personagem marcada por trágicos acontecimentos ao longo de décadas, ‘Céus’ concentra a sua ação em um curto espaço de tempo e em um espaço definido.

Mouawad batiza o local em que as personagens se encontram de ‘célula francófona’,não especificando exatamente um país. Os espectadores apenas sabem que eles estão presos e que só poderão sair após finalizar a missão de desvendar o suposto atentado. É nesta tensão em que os conflitos individuais são apresentados e que a construção de todo o enigma da trama é desvendado.

‘Talvez fique mais evidente uma dramaturgia nova quando ela explora as possibilidades infinitas do palco ao ousar na quebra de limites entre tempo e espaço, o que não acontece em ‘Céus’. As mudanças de tempo e espaço aqui são relativamente pequenas. Mas o teatro novo, a poética da cena ilimitada, o palco da imaginação não existe apenas por essas razões mais evidentes: ele está no modo de construir os personagens, de apresentar a trama, de desenvolver a narrativa, de combinar os diferentes recursos dramáticos e construir, enfim, uma nova póetica’, resume Aderbal.

Para o espetáculo, o diretor recrutou parceiros de longa data para a ficha técnica, como o cenógrafo Fernando Mello da Costa e o iluminador Maneco Quinderé. Os figurinos são assinados por Antonio Medeiros e a trilha sonora é de Tato Taborda. Desta vez, ele fará uso ainda de algumas projeções (Radiográfico) em cena.

Sobre WAJDI MOUAWAD

Wajdi Mouawad nasceu no Líbano em 1968. Aos 10 anos, deixou seu país natal devastado pela guerra e partiu para Paris com a família. Em 1983, se mudou para o Canadá (Montreal). Em 1991, logo depois de se formar na Escola de Teatro Nacional, embarcou em uma carreira polivalente como ator, escritor, diretor e produtor. Em 1998, sua criação ‘Protágoras trancada no banheiro’ é votada como a melhor produção de Montreal pela Associação de Críticos de Teatro Quebec.

De 1990 a 1999, co-dirige a Companhia de Teatro Ô Speaker. Ao mesmo tempo, escreve ‘Litoral’, anterior a ‘Incêndios’, que unidas a outras duas peças formará a tetralogia denominada por ele como ‘Sangue das promessas’. O espetáculo ‘Litoral’ rendeu-lhe reconhecimento e dois importantes prêmios: Prêmio Literário Governor General’s Literary Award de melhor texto teatral em 2000 e o Chevalier de l’Ordre National des Arts et dês Lettres, na França, em 2002. ‘Céus’ (2009) é o último texto do projeto.

Nos últimos 15 anos, Wajdi Mouawad se estabeleceu como um original e singular encenador do teatro contemporâneo, aclamado por suas narrativas diretas e firmes, em encenações de estética precisa e potente. Em todos os seus trabalhos, peças de sua autoria (‘Tideline’, ‘Scorched’, ‘Forêts’, dentre outras) e adaptações (‘Viagem ao fim da noite’, de Céline; ‘D. Quixote’, de Cervantes), produções que dirigiu (‘Macbeth’, ‘As troianas’ e ‘As três irmãs’), dois romances (‘Visage retrouvé’ e ‘Anima’), Wajdi Mouawad expressa a convicção que a ‘arte se porta como testemunha da existência humana através do prisma da beleza’.

Suas peças foram traduzidas em mais de quinze idiomas e apresentadas em vários países, incluindo a Grã-Bretanha, Alemanha, Itália, Espanha, Japão, México, Austrália e Unidos Estados. ‘Incêndios’ foi adaptado para o cinema e dirigido pelo canadense por Denis Villeneuve, tendo sido indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

CÉUS

De Wajdi Mouawad
Direção: Aderbal Freire-Filho

Com Charles Fricks, Isaac Bernat, Felipe de Carolis, Rodrigo Pandolfo e Silvia Buarque

Diretor assistente: Fernando Philbert
Cenografia: Fernando Mello da Costa
Iluminação: Maneco Quinderé
Figurinos: Antonio Medeiros
Direção Musical: Tato Taborda
Vídeos e projeto gráfico: Radiográfico
Visagismo: Erica Monteiro

Direção de produção: Amanda Menezes
Produção executiva: Juliana Cabral
Coordenação geral: Maria Angela Menezes
Produção: Tema Eventos Culturais e E-MERGE

SERVIÇO

De 15 de setembro a 30 de outubro
De quinta a sábado, às 21h. Domingos, às 19h.

Teatro Poeira
Rua São João Batista, 104 – Botafogo – Tel: (21) 2537-8053
Bilheteria: terça a sábado de 15 às 21h e domingos de 15h às 19h

Ingressos a R$ 80

Classificação etária: 14 anos
Duração: 1h40

Informações para a imprensa:

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