NOVO ESPETÁCULO DA BARCA DOS CORAÇÕES PARTIDOS TEM ESTREIA VIRTUAL
Jackson do Pandeiro ganha ‘homenagem sincopada’ com direção de Duda Maia, texto
de Braulio Tavares e Eduardo Rios e direção musical de Alfredo Del-Penho e Beto Lemos

Espetáculo estrearia em abril, foi adiado por conta da pandemia
e será transmitido ao vivo de forma gratuita no dia 10 de outubro
JACKSONS DO PANDEIRO – Transmissão ao vivo – 10 de outubro, 20h
Youtube.com/barcadoscoracoespartidos e Canal Bis

Reconhecida por seu trabalho baseado em teatro e música, a companhia Barca dos Corações
Partidos escolheu um homenageado à altura em seu novo projeto: Jackson do Pandeiro (1919-
1982), cantor, compositor e multi-instrumentista paraibano que recebeu a alcunha de ‘Rei do
Ritmo’ por suas mais de 400 canções recheadas de gêneros brasileiríssimos, como samba,
forró, coco, baião e frevo.
Após incursões pela obra de Mario de Andrade (‘Macunaíma, Uma Rapsódia Musical’) e Ariano
Suassuna (‘Suassuna – O Auto do Reino do Sol’), a Barca se debruçou sobre este cancioneiro
para criar um espetáculo inédito. ‘Jacksons do Pandeiro’ não é uma biografia, mas o texto –
assinado por Braulio Tavares e Eduardo Rios – aborda episódios e músicas de Jackson que se
relacionam com a vida dos atores em cena. Dirigida por Duda Maia, a montagem estrearia no
início de abril e foi adiada a poucos dias de seu lançamento por conta do isolamento imposto
pela pandemia do novo coronavírus.
Após promover um festival virtual e produzir clipes durante a quarentena, a Barca dos
Corações Partidos retomou os ensaios e planejou uma estreia virtual do novo espetáculo, que
tem direção musical de Alfredo Del-Penho e Beto Lemos e idealização de Andréa Alves, da
Sarau Agência, produtora da Barca desde a sua criação. No próximo dia 10 de outubro, às 20h,
‘Jacksons do Pandeiro’ será exibido ao vivo e gratuitamente pelo canal da Barca dos Corações
Partidos no YouTube e com transmissão simultânea na TV pelo Canal BIS. O programa do
espetáculo será disponibilizado por um QR-code em que poderá ser baixado.
A produção seguiu com rigidez os protocolos de segurança da OMS (Organização Mundial da
Saúde). Todos os envolvidos foram testados e ficaram em quarentena até retomar o início dos
trabalhos, quando seguiram isolados.
Os espectadores que quiserem colaborar com a manutenção da companhia poderão adquirir
um ingresso solidário através deste link: bileto.sympla.com.br/event/66504
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O universo rítmico de Jackson do Pandeiro norteou toda a concepção do musical. Responsável
pela preparação corporal do primeiro espetáculo da Barca, Duda Maia está no DNA da
companhia, em parceria que se consagrou com a direção do premiado ‘Auê’ (2016). Desta vez,
ela aprofundou ainda mais a ideia de ‘corpo-rítmico’ dos atores, ao abordar um compositor
cuja obra é marcada pelo suingue, ginga e síncope, aquele tempo musical presente no samba e
em outros gêneros, quando o ritmo sai do tempo esperado.

Os integrantes da Barca (Adrén Alves, Alfredo Del-Penho, Beto Lemos, Eduardo Rios, Fábio
Enriquez, Renato Luciano e Ricca Barros) dividem a cena com três artistas convidados: Everton
Coroné, Lucas dos Prazeres e Luiza Loroza. Juntos, eles passaram meses envolvidos em
oficinas, pesquisas e em um longo processo de ensaios, quando o texto foi desenvolvido a
partir de exercícios e histórias pessoais.
‘Optamos por distribuir a ação em brincantes que contam pedaços de suas histórias pessoais,
as quais em muitos pontos coincidem com a história de Jackson. Falando de Jackson, falamos
desses nordestinos anônimos. Falando deles, falamos do cantor e compositor que levou a vida
deles para as rádios e as TVs, em forma de cocos e baiões’, analisa Braulio Tavares, natural de
Campina Grande (PB) e autor de ‘Suassuna – O Auto do Reino do Sol’, que desta vez divide a
dramaturgia com o pernambucano Eduardo Rios, fundador da Barca e integrante de todas as
seis montagens da companhia. Ambos têm profunda relação com a cultura nordestina e sua
poesia popular.
‘Jacksons do Pandeiro’ traz ainda músicas novas, que transformam a obra do homenageado,
ao dar novos arranjos, acrescentar letras e introduzir canções criadas no processo. ‘É um
‘pedir licença’ à obra dele, mas sem deixar de homenageá-lo com todo respeito, carinho e
admiração’, conta Eduardo Rios, que ressalta a participação ativa da diretora Duda Maia neste
trabalho. ‘O texto surgiu depois dos ensaios já estarem seguindo. Duda entende a dramaturgia
não somente como palavra falada. A ligação das cenas é feita por palavras, músicas ou por
uma coreografia, por algo que não está escrito’, diz.
Vinda do sucesso ‘Elza’, a diretora frisa que a encenação foi construída através de
musicalidade e corporeidade, uma marca de seu trabalho. Assim como nas montagens
anteriores, todos os instrumentos são tocados pelos atores em cena. ‘Trazemos a forma
sincopada do canto para o jogo de cena o tempo todo. Em nosso título, Jacksons aparece no
plural porque são várias histórias que se cruzam e se confundem com Jackson’, conta Duda
Maia.
A diretora revela ainda que dividiu o palco em dois espaços cenográficos, nos quais os atores
brincam com seus diferentes níveis e alturas. Como Jackson era fã de filmes de faroeste, ela
concebeu a encenação de algumas canções como pequenos curtas-metragens ou clipes
animados, apresentados em um local que remete a uma tela de cinema.

Samba, forró, baião e coco: um Garrincha da música
Vencedores dos prêmios Shell, APTR, Cesgranrio, Reverência e Botequim Cultural pelo trabalho
em ‘Suassuna – O Auto do Reino do Sol’, Alfredo Del Penho e Beto Lemos repetem a parceria
na direção musical do espetáculo. Após minuciosa pesquisa de Alfredo, mais de 400
composições compostas ou gravadas por Jackson foram levantadas e o grupo passou um
período trabalhando em exercícios após a audição das canções. A lista comprova que Jackson
era um artista sem fronteiras e que nunca se prendeu a um gênero específico, passeando por
samba, forró, baião, coco, frevo, entre muitos outros.

O repertório contempla sucessos como ‘Sebastiana’, ‘O Canto da Ema’, ‘Chiclete com Banana’
e ‘Cantiga do Sapo’, além de canções menos conhecidas que revelam mais da alma brasileira e
sincopada do artista. ‘Dá para dizer que ele era um Garrincha da música. Às vezes, o texto
aparece em forma de música, às vezes como uma poesia ou um poema musicado. Cada vez
que ele aparece, ele propõe uma nova brincadeira rítmica – mesmo não tendo uma métrica de
poesia – por meio de um jogo de palavras ou outro mecanismo. A nossa ideia é fazer isso para
dialogar com as músicas do Jackson, que tinham poesia, brincadeira e alegria’, resume Braulio
Tavares.
Jackson do Pandeiro
Natural de Alagoa Grande (PB), José Gomes Filho (1919-1982) iniciou a sua trajetória artística
ao acompanhar a mãe em rodas de coco, nos arredores de um engenho. Alfabetizado aos 35
anos, ele migra para o Rio de Janeiro e estreia em disco (1953) com um compacto que trazia
dois sucessos que marcariam a sua carreira: ‘Sebastiana’ e ‘Forró em Limoeiro’. Nos anos que
seguiram, participou de filmes, festivais e apresentou composições – a maioria com um toque
característico de humor – que entrariam para a história da música popular brasileira. Deixou
como legado mais de 140 discos recheados dos mais diversos gêneros, como samba, forró,
baião, entre outros.
A Barca dos Corações Partidos:
A Barca dos Corações Partidos se formou após a montagem de ‘Gonzagão – A Lenda’ (2012),
que rodou o Brasil por cinco anos em dezenas de cidades e centenas de apresentações. O
tributo a Luiz Gonzaga foi sucedido por uma nova versão da emblemática ‘Ópera do Malandro’
(2014), de Chico Buarque. O terceiro espetáculo da trupe, ‘Auê’ (2016), usou como
dramaturgia uma safra de canções inéditas compostas pelos próprios integrantes e misturava
linguagens como teatro, show, circo e recital. Em 2017, a Barca comemorou os 90 anos de
Ariano Suassuna com ‘Suassuna – O Auto do Reino do Sol’, texto inédito de Bráulio Tavares,
com direção de Luiz Carlos Vasconcellos e músicas compostas especialmente pelo grupo em
parceria com Chico César. O musical rendeu dezenas de troféus nas mais importantes
premiações teatrais do país. Em 2019, a companhia passou nove meses estudando o clássico
‘Macunaíma’, de Mario de Andrade, ao lado da diretora Bia Lessa. O processo resultou na
montagem de ‘Macunaíma – Uma Rapsódia Musical’, que colheu elogios em temporadas no
Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Produtora das cinco montagens e de ‘Jacksons do
Pandeiro’, Andréa Alves, da Sarau Agência, foi também a idealizadora de todos os projetos.

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A Sarau e a Barca adotaram todas as medidas previstas na legislação para enfrentamento à
disseminação da COVID-19, de forma a zelar pela saúde de toda a equipe contratada e permitir
o exercício da profissão com segurança, antes e durante a realização do espetáculo. Antes do
início dos ensaios, todos os profissionais envolvidos cumpriram quarentena e fizeram testes de
COVID-19. Nossa homenagem a todos os artistas que há seis meses foram impedidos de
exercer o seu ofício é estar no teatro, com responsabilidade e alegria, com fé e esperança.
Estamos levando o teatro para a sua casa. Cuide-se, fique em casa, se puder.

#Quarentena #EmCasa #FiqueEmCasa #JuntosnaQuarentena
Jacksons do Pandeiro
Direção: Duda Maia
Dramaturgia: Braulio Tavares e Eduardo Rios
Direção Musical: Alfredo Del-Penho e Beto Lemos
Idealização e Direção de Produção: Andréa Alves
Com a Cia. Barca dos Corações Partidos – Adrén Alves, Alfredo Del-Penho, Beto Lemos,
Eduardo Rios, Fábio Enriquez, Renato Luciano e Ricca Barros
E os artistas convidados – Everton Coroné, Lucas dos Prazeres e Luiza Loroza
Figurinos: Kika Lopes e Rocio Moure
Cenário: André Cortez
Iluminação: Renato Machado
Design de som: Gabriel D’Angelo
Visagista: Uirandê de Holanda
Assistente de Direção: Júlia Tizumba, Eduardo Rios e Adrén Alves
Assistente de figurino: Masta Ariane
Assistente de cenografia e produção de arte: Tuca Benvenutti
Coordenação de Produção: Leila Maria Moreno
Produção Executiva: Rafael Lydio
Transmissão ao vivo:
Direção: Diego de Godoy
Direção de fotografia: Carol Quintanilha e Loiro Cunha

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