Oitava edição brasileira do festival terá duas etapas e celebra, em 25 de maio, o Dia da África com grande concerto no Theatro Municipal do Rio

Mário Lúcio (Cabo Verde) e Letieres Leite, à frente da Orkestra Rumpilezz e Ensemble de Cordas da Orquestra Maré do Amanhã, recebem Gilberto Gil, Mariene de Castro, Mart’nália, Natasha Llerena e Sona Jobarteh (Reino Unido/Gâmbia)

Segunda etapa do festival acontece em 9 e 10 de novembro

Criado para celebrar a diversidade rítmica da música negra, o Back2Black será realizado em duas etapas em sua oitava edição brasileira. Além do festival, que acontece este ano em duas noites em novembro, o B2B ganha no próximo dia 25 de maio um concerto especial, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, para a primeira grande celebração brasileira do Dia Mundial da África.

O concerto será conduzido a quatro mãos pelo cantor, compositor e escritor Mário Lúcio, de Cabo Verde – que assina a direção artística ao lado da diretora geral do festival Connie Lopes –, e pelo maestro, compositor, instrumentista e pesquisador baiano Letieres Leite. Responsável pelos arranjos e direção musical, Letieres também estará à frente da sua premiada Orkestra Rumpilezz e do Ensemble de Cordas da Orquestra Maré do Amanhã. Ao longo da noite, os dois receberão os convidados brasileiros Gilberto Gil, Mariene de Castro, Mart’nália e Natasha Llerena e ainda a cantora e tocadora de kora Sona Jobarteh (Reino Unido/Gâmbia) para uma viagem musical pela música negra. O baixista Alberto Continentino e os percussionistas baianos Luizinho do Jêje e Kainã do Jêje completam o time de músicos da noite.

“A África tem um dia do calendário universal, o 25 de maio, atribuído em sua homenagem pelas Nações Unidas. Essa efeméride é um tributo às vítimas da escravidão, à luta contra o apartheid, o colonialismo e a exploração”, explica Mário Lúcio. “No Brasil, pelas mãos do Back2Black, pioneiro na motivação de juntar o mundo para celebrar a África, é evocado, pela primeira vez em um grande evento, esse dia, com a dimensão e visibilidade que a África merece. Celebrando, a gente exerce a gratidão, combate o esquecimento, desafia injustiças”, completa Connie Lopes, diretora e idealizadora do festival criado em 2009.

A noite começa com Mário Lúcio interpretando cinco canções de sua autoria ao violão –uma delas, Ilha de Santiago, com a cantora Natasha Llerena –, em que são evidenciadas as sonoridades mais antigas da África, entre mandingas, iorubas, olofs, bantos: “A ideia é traçar um percurso da música africana desde os primeiros ritmos, passando pelo encontro com os europeus – os portugueses, em especial – a partir do século XV, até a síntese dessa mistura, no Brasil e Cabo Verde”, detalha.

Na sequência, o músico recebe a cantora e tocadora de kora Sona Jobarteh, para interpretar três músicas, sendo a última acompanhados pela Orkestra Rumpilezz. Nascida no Reino Unido, a cantora, compositora e multi-instrumentista descende de uma das cinco mais importantes famílias Griot da Gâmbia, cujos membros são os únicos autorizados a tocar o Kora, harpa africana com 21 cordas. Este é um dos mais importantes instrumentos do grupo étnico Mandingas, que está presente em países da África Ocidental, com uma população de mais de 11 milhões de pessoas espalhadas pela Gâmbia, Senegal, Mali, Guiné e Guiné-Bissau. A tradição hereditária de mais de sete séculos tem sido passada de pai para filho e ganhou uma nova dimensão ao ser quebrada por Sona, primeira mulher a tocar o instrumento. Seu virtuosismo e técnica apurada, aliadas à sua voz marcante e forte presença de palco, rapidamente a levaram ao sucesso internacional, com passagens aclamadas por diversos países do mundo.

Completando dez anos de uma trajetória bem-sucedida, marcada por críticas elogiosas da imprensa especializada e diversas premiações, Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz, com seus 20 integrantes (cinco percussionistas e dez músicos de sopro), apresenta uma peça musical da Saga da Travessia, seu segundo e recém-lançado CD. A obra faz uma leitura musical da diáspora negra, abordando como a tragédia dos povos africanos que foram escravizados foram o ponto de partida para a construção de nossa cultura:
“É uma releitura dramática, imagética, poética e, acima de tudo, positiva, de um dos capítulos mais sombrios da nossa história. O disco fala sobre o momento da chegada das pessoas africanas livres que foram escravizadas e trazidas a Salvador, mas não com a visão submissa e trágica, e sim empoderada”, destaca Letieres Leite.

A peça é sucedida pela volta de Mário ao palco, que recebe a cantora Mariene de Castro e o Ensemble de Cordas da Orquestra Maré do Amanhã, para interpretar Ilha de Maré + Rap da Felicidade. A cantora baiana, vencedora dos prêmios Braskem, TIM e Extra de Televisão, canta ainda mais duas músicas, uma delas em dueto com Mart’nália. A participação da sambista de Vila Isabel, vencedora do Grammy Latino de Melhor CD de samba em 2017, inclui ainda a música-título do seu terceiro CD Pé do meu samba (2002) e Caoberdiano Barela, de Mário Lúcio, que a acompanha ao violão.

O B2B encerra a noite com Gilberto Gil. Figura referencial na música brasileira há mais de meio século, o cantor e compositor baiano apresenta quatro músicas com Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz, sendo duas delas também com a participação do Ensemble de Cordas da Orquestra Maré do Amanhã e Mário Lúcio, entre elas La Renaissance Africaine, lançada por Gil há dez anos. Ao final, todos os músicos se reúnem no palco para uma grande exaltação ao continente africano.

Em cena desde 2009, ano de sua histórica primeira edição, o festival Back2Black já trouxe ao Brasil artistas como Youssou N’Dour (em 2009, em incendiário show com Gilberto Gil e Marisa Monte), Erykah Badu (2010), Toumani Diabaté (2010), Seun Kuti (2010), Chaka Kan (2011), Macy Gray (2011), Asa (2011), Aloe Blacc (2011), Lauryn Hill (2012), Missy Elliott (2012), Mayra Andrade (2013), Blind Boys of Alabama (2013), Bobby Womak (2013) e Buika (2013), Stromae (2015), Linton Kwesi Johnson (2015), Angelique Kidjo (2015), Grace Jones (2016), entre muitos outros nomes. Sem falar no dream team nacional, formado pelos principais artistas brasileiros engajados com a cultura e a música negra. Ao todo, contabilizando as sete edições cariocas e uma edição inglesa (realizada em Londres, em 2012), 150 artistas se apresentaram no festival, vindos de cerca de 32 países (somente a África esteve representada por 16 países), e 50 palestrantes promoveram discussões sobre a cultura negra. Cerca de 130 horas de shows traduziram em música o que foi abordado nas conferências.

 

Back2Black in Concert

Direção geral: Connie Lopes

Direção artística: Connie Lopes e Mário Lúcio

Direção musical e arranjos: Letieres Leite

Designer: Rico Lins Studio

Direção de arte: Gringo Cardia

Assistente de direção de arte: Jackson Tinoco

Criação de luz: Césio  Lima e Mariana Pitta

Produção executiva: Gregory Evrard

Realização: Natasha Artes

 

SERVIÇO

Dia: 25 de maio

Horário: abertura às 20h e show às 21h

Após o concerto, festa no Salão Assyrio até às 2h

Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Endereço: Praça Floriano, s/nº – Centro – Rio de Janeiro

Tel: (21) 2332-9191

Ingressos:         

Galeria central – R$ 30,00 (inteira) / R$ 15,00 (meia entrada)*

Galeria lateral (visão parcial) – R$ 15,00 (inteira) e R$ 7,50 (meia entrada)

Balcão superior central – R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia entrada)

Balcão superior lateral (visão parcial) – R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia entrada)

Balcão nobre e plateia – R$ 100,00 (inteira) e R$ 50,00 (meia entrada)

Frisas e camarotes – R$ 120,00 (inteira) e R$ 60,00 (meia entrada)

* Meia entrada para estudantes, idosos e menores de 21 anos

Para compra de ingressos e informações sobre pontos-de-venda na cidade, acessar o site da Ingresso Rápido (www.ingressorapido.com.br)

Classificação etária: livre

 

 

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